27 novembro, 2012

JARDIM volta aos palcos



Sobre o projeto SEMANA DE CELEBRAÇÃO DO DIA DO PALHAÇO

O palhaço é uma reserva ecológica dos valores humanos (Ricardo Puccetti).

No dia 10 de dezembro se comemora o dia do palhaço e o dia em que foi criada a declaração universal dos direitos humanos. A figura do palhaço sintetiza valores humanos que vêm sendo ameaçados e perdidos. Além de uma linguagem artística, o palhaço é um contato extremo com o outro e trás a responsabilidade de fazer as pessoas confraternizarem-se em suas diferenças e semelhanças, através do riso. É uma função que tem dimensões sociais e políticas e é um instrumento de fortalecimento destes valores em cada um. Para celebrar essa data e refletir seus significados o projeto Semana de Celebração do Dia do Palhaço promove apresentações do espetáculo Jardim e debates em Salvador e Camaçari durante o mês de dezembro. Entre as ações previstas pelo evento há a convocação de grupos artísticos, Pontos de Cultura, ONGs, associações, escolas públicas, instituições e projetos sociais voltadas para a arte, educação e cultura, com o intuito de fortalecer as atividades destas organizações. O evento é uma realização da artista Felícia de Castro viabilizada pelo mecanismo de incentivo a cultura Calendário das Artes 2012 da Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB). Abaixo seguem mais informações sobre o espetáculo e o grupo.

SERVIÇO

SALVADOR - 08, 15, 22 de dezembro no Teatro Gamboa Nova, às 20 h(telefone 33292418).

CAMAÇARI – 10, 11, 12, 13 às 17 h e 16/12 às 16 h no Teatro Alberto Martins (telefone 36442626).

AGENDE SEU GRUPO! Entre em contato através do email palhacasbemvindassoisvos@gmail.com ou dos telefones: 71 99132813 / 71 87321535 / 71 93316351.


Sobre o espetáculo JARDIM

Que a chuva de lava, pedras incandescentes e armas,
Doravante, torne-se uma chuva de flores,
E que todos os ataques armados,
De agora em diante tornem-se uma divertida troca de flores. (trecho do poema composto no século VIII por Shantideva, famoso mestre budista indiano).

O espetáculo Jardim escancara o absurdo dos atritos e conflitos que surgem entre os seres humanos em sua eterna disputa por território. Na peça, situações tragicômicas oscilam entre cenas de guerra e paz, amor e ódio, união e inveja, e culminam surpreendentemente em uma grande explosão florida em clima de libertação total... Um desfecho esfuziante no qual é revelado o lema do Jardim: uma ode a “agricultura celeste”!  Brincando com a fase histórica do movimento hippie, a peça aborda manifestações que ganharam força nessa época e influenciaram os rumos do mundo como o pacifismo, o ambientalismo, o orientalismo, e o movimento “Flower Power” (Poder das Flores).  Na perspectiva do universo feminino, as palhaças Bafuda (Felícia de Castro) e Ricota (Suzana Miranda) evidenciam as luzes e as sombras do ser humano que surgem quando se está em relação com o outro. Evidenciando os afetos como temática essencial, o espetáculo convida a cultivar um novo coração.
Quando a Lua estiver na sétima casa e júpiter alinhado com marte, a paz guiará os planetas e o amor dirigirá as estrelas, este é o amanhecer da Era de Aquário. Harmonia e compreensão, gentileza e confiança em abundância, nenhuma falsidade ou escárnio. Sonhos dourados brilhando as visões, revelações místicas de cristais, e a libertação verdadeira da mente. (trecho de Aquarius, música tema do filme Hair).

O espetáculo foi criado em 2003 e em 2005 foi contemplado com o prêmio duplo de melhor atriz para Felícia de Castro e Flavia Marco Antonio no XII Festival Nordestino de Teatro (Ceará). Jardim é um espetáculo de palhaçaria feminina e fez diversas apresentações em várias cidades brasileiras, participando de festivais como o Palco Giratório (Ceará), FEVERESTIVAL (São Paulo), Festival Latino Americano de Teatro da Bahia (FILTE), e Mostra SESC Cariri de Cultura (Ceará). Para comemorar os dez anos do grupo, em 2010, a peça foi remontada com Suzana Miranda, uma talentosa representante da nova geração de palhaços e palhaças que vêm renovando a cena da comicidade na cidade de Salvador.
O espetáculo Jardim foi realizado pelo grupo Palhaços para Sempre e dirigido e encenado originalmente por Flavia Marco Antonio e Felícia de Castro, no âmbito das práticas e pesquisas do grupo.

Ficha Técnica
Criação, Concepção Geral e Texto Físico
 FELÍCIA DE CASTRO E FLAVIA MARCO ANTONIO
Direção e Dramaturgia (a partir de 2010)
 FELÍCIA DE CASTRO
Colaboração de Dramaturgia
 SUZANA MIRANDA
Atuação
 FELÍCIA DE CASTRO E SUZANA MIRANDA
Iluminação e Operação de Luz
 MARIANA TERRA (2010) E EDUARDO ALBERGARIA (2012)
Execução de figurino (2012)
 ALESSANDRA SANTIAGO
Assessorias de dramaturgia do palhaço
 DEMIAN REIS (2010), JOÃO LIMA (2007), e RICARDO PUCCETTI (2006).
Arte Visual e Fotografias
EDUARDO RAVI
Produção – FELÍCIA DE CASTRO
Classificação – 14 anos
Contate-nos!
palhacasbemvindassoisvos@gmail.com www.palhacasbemvindassoisvos.blogspot.com.br

Sobre Felícia de Castro e o grupo Palhaços para Sempre
Felícia de Castro é Graduada em Artes Cênicas na Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e Mestra pelo Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas da UFBA. Atua desde 1998 como atriz, palhaça e pesquisadora das potencialidades pessoais e dramaturgia do performer, ancorada no contato com as linhas de pesquisa em treinamento físico, voz, criação e palhaço, transmitidas pelo Lume Teatro, em vivências com manifestações culturais brasileiras, e no encontro com a dança Butoh. É criadora do espetáculo Rosário (edital culturas negras 2008 - Fundação Pedro Calmon – SECULT), o qual deu origem ao trabalho Ventos que Animam a Terra – Voz e Criação na Trajetória do espetáculo Rosário, dissertação de mestrado realizada no PPGAC- UFBA.
Junto com outros palhaços de sua geração, é uma das precursoras da retomada desta arte em Salvador, desde que em 1999, produziu junto com João Lima o VIII Retiro de Clown e Sentido Cômico do Corpo, ministrado pelo grupo Lume Teatro. O curso iniciou dezessete artistas baianos na arte do palhaço, tendo sido assim responsável pelo fortalecimento dessa arte na cidade através dos palhaços que se desenvolveram e seguiram formando outros artistas na palhaçaria. Junto a João Lima, Demian Reis, Flavia Marco Antonio, e João Porto Dias, foi fundadora, no ano 2000, do grupo de teatro Palhaços para sempre. Em seus dez anos de trajetória, o grupo consolidou-se através da pesquisa da arte do palhaço e criou os espetáculos ATO DE CLOWN (Demian Reis e João Porto Dias), BAFO DE AMOR (João Lima e Felícia de Castro), JARDIM (prêmio duplo de melhor atriz para Felícia de Castro e Flavia Marco Antonio no XII Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga-CE em 2005), SUPERTEZO (Demian Reis), TATARAVÓ (parceria de Demian Reis com ator Alexandre Luis Casali e o músico Celo Costa), e LAVANDO A ALMA (Demian Reis e Felícia de Castro).
Em sua intensa atividade de pesquisa o grupo fez diversas parcerias com outros palhaços e artistas em geral, recriou números clássicos e ministrou oficinas, tendo iniciado inúmeros artistas na palhaçaria. O grupo foi residente do Instituto Cultural Casa Via – Magia (BA) e membro da Cooperativa Baiana de Teatro. O Palhaços para Sempre participou de festivais de circo e palhaços nacionais como Riso da Terra (PB) e Anjos do Picadeiro (RJ) e internacionais como o Festival de Edimburgo (Escócia 2008) e o Festival de Aurilacc (França 2004), e teve a oportunidade de estudar com Eugenio Barba, Luis Carlos Vasconcelos, Leris Colombaioni, Ângela de Castro, Jango Edwards, Amir Haddad, Frazer Hooper, Chacovacci, Doutores da Alegria, Jon Davson, Tadashi Endo, Thomas Leabhart, entre outros.
Felícia de Castro criou em Salvador, em 2008, juntamente com Demian reis, João Lima e Alexandre Casali, o primeiro curso técnico profissionalizante em palhaçaria da Bahia, em parceria com a Sitorne – estúdio de artes.
Realizou em 2009 e 2012, a 1ª e 2ª edição do curso-encontro Palhaças, bem vindas sois vós! - Estudo Prático da Comicidade Feminina. Participou como palestrante convidada, ao lado de Lelo Filho (A Bofetada - BA) e Pepe Nuñes (Cia Pé de Vento – Espanha/SC) do Pensamento Giratório, no debate intitulado O Riso, a maneira mais inteligente de se tratar as coisas sérias, atividade integrante do projeto Palco Giratório do SESC.
Em 2008, introduziu os bailarinos do Balé do Teatro Castro Alves (BTCA) na arte da palhaçaria, foi assistente de direção e co-criadora do espetáculo da companhia S/TÍTULO – a hora em não sabíamos nada uns dos outros, dirigido por Nehle Franke.
Como produtora coordenou a produção da 9ª Mostra Cariri SESC de Cultura (2007) no Ceará, a celebração dos 10 anos do grupo Palhaços Para Sempre (2010) em Salvador, o VIII Retiro de Clown e o Sentido Cômico do Corpo (Lume Teatro) em Salvador, entre outros.
Publicou os seguintes textos: De Margarida a Cabocla – uma trilha de canções, técnicas, palhaço e memória (Portal Abrace – Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Artes Cênicas), Ventos que Animam a Terra: voz-encarnação do imaginário no espetáculo Rosário  (Portal Abrace – Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-graduação em Artes Cênicas), Palhaças, bem vindas sois vós - reflexões sobre a comicidade feminina (Revista Pã de Artes Cênicas), Palhaços para Sempre (Revista Repertório Teatro & Dança), e Carta para Nina – resenha poética sobre uma jornada de cura e criatividade (Revista Repertório Teatro & Dança).
LINKS dos textos:

Sobre Suzana Miranda

Formada em Palhaça e Atriz através do Curso Técnico Profissionalizante de Ator e Palhaço da Sitorne Estúdio de Artes. Graduada em Comunicação com Ênfase em Relações Públicas. Começou seus estudos nas artes com o curso Iniciação ao Palhaço de Alexandre Casali (2006). Aprofundou seus conhecimentos na arte da palhaçaria, comicidade, teatro físico, voz e improvisação, através de cursos com Pepe Nuñez, Felícia de Castro, Demian Reis, Ésio Magalhães, Daniela Carmona, Gardi Hutter, Cia Dos A Deux, Grupo Teatro que Roda, Carlos Simioni e Tadashi Endo. Desempenha a arte do palhaço há 7 anos, participou de espetáculos como Cabaré Total, Cabaré do Riso (direção Demian Reis) e Palharia, Palhaço, Palhaçaria (direção Alexandre Casali). Em Jardim atuou no III Festival Latino Americano de Teatro da Bahia (FILTE), no Festival de Artes Cênicas do SESC em Fortaleza (CE), e na Celebração de 10 anos do grupo Palhaços Para Sempre.